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Categorizando fragmentos

A ação de agrupar, categorizar, juntar, organizar e classificar imagens faz parte do trabalho fotográfico de Bernd e Hilla Becher. Trata-se de um conjunto de imagens em preto e branco de instalações industriais que forma um sistema de tipologias, nele há uma tensão: a necessidade do registro de determinadas formas produtivas e a melancolia instaurada em virtude da perda das paisagens industriais já obsoletas que, apesar de estarem no presente, já são ruínas.

O trabalho dos artistas alemãs Bernad e Hilla Becher começa em 1958, ele consiste no mapeamento de complexos industriais obsoletos em diferentes locais como Alemanha, Inglaterra e outros centros industriais na Europa. A fotografia desse trabalho de mapeamento é documental, registra essas construções anônimas de forma técnica, como uma escultura que é fotografada de todos os ângulos, quase uma fotografia mecânica. Essas fotografias são montadas em conjunto, elas compõe um sistema que é formado por essa disposição que torna evidente a interação entre as imagens, a repetição de linhas, de padrões construtivos da arquitetura pós-industrial. Esse mapeamento tem uma ação de sismógrafo, seu resultado é um gráfico composto por imagens que indicam não só a incidência das tipologias, mas também mudanças da paisagem. A interpretação dessa sismografia indicam as mudanças nos modos de produção, nas dinâmicas das áreas industriais, nas arquiteturas fabris, revelam o declínio de um modelo de produção capitalista.


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